O que é a espiral do conhecimento e como aplicá-la na sua empresa?

Desenvolvida por Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi, a teoria da espiral do conhecimento é um dos principais modelos utilizados na gestão do conhecimento corporativo atual. Sua implementação associada às ferramentas de e-learning oferece a oportunidade perfeita para criação de treinamentos eficazes e envolventes na sua organização.

Neste artigo, vamos explicar detalhadamente o conceito de espiral do conhecimento, destacando sua importância para o ambiente de trabalho e, principalmente, oferecer exemplos práticos de espiral do conhecimento nas empresas.

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Veja como os recursos do iSpring Learn facilitam a aplicação da espiral do conhecimento no dia a dia do treinamento corporativo.

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O que é espiral do conhecimento?

A espiral do conhecimento, segundo Nonaka e Takeuchi, é um modelo que descreve como o conhecimento circula no ambiente de trabalho. Elaborada pelos professores japoneses a partir da análise de empresas do Japão, especificamente a Toyota e a Honda, essa teoria está baseada em pesquisas empíricas, teóricas e em estudos de caso.

Ela analisa como o conhecimento é criado, ampliado e como circula no âmbito das organizações. Para tanto, o conceito de conhecimento foi entendido de duas maneiras:

Conhecimento tácito

Trata-se do conhecimento pessoal, muitas vezes adquirido pela vivência e pelas experiências práticas. Seu caráter subjetivo o torna mais difícil de ser sistematizado e reproduzido de forma didática, já que ele é influenciado por crenças e experiências individuais das pessoas.

Como exemplo, é possível citar o domínio de soft skills, como inteligência emocional e gestão de conflitos. Ambas são habilidades extremamente importantes tanto para o indivíduo como para as organizações, mas seu aprendizado ocorre na prática e na vivência diária a partir da interação real entre as pessoas.

Conhecimento explícito

Abrange o conhecimento formal que o indivíduo adquire ao longo da vida por meio do estudo tradicional. Assim, seu acesso se dá pelo consumo do conteúdo e materiais de aprendizagem, de treinamentos, programas de formação, manuais e livros.

Para citar alguns exemplos, basta pensar nos conhecimentos técnicos e acadêmicos, também chamados de hard skills. Quando pensamos no conhecimento para operar uma máquina, utilizar um determinado software ou aplicar uma metodologia, estamos tratando do conhecimento explícito.

Perceba que a rotina de trabalho nas organizações exige dos colaboradores uma combinação de conhecimentos dos dois tipos, tácito e explícito, durante o desempenho de suas funções. Um gestor, por exemplo, deve conhecer todo o conteúdo técnico para desempenhar seu trabalho e as ferramentas utilizadas nos processos, mas também deve ter habilidades de liderança, gestão, comunicação etc.

Qual é a importância da aplicação da espiral do conhecimento nas organizações?

No meio corporativo, o conhecimento é, sem dúvida, um ativo valioso. Por isso, as empresas estimulam a criação de conhecimento, a troca de informações e a conversão de conhecimentos já adquiridos em novos. A implementação de espirais do conhecimento ajudam nesse processo, sendo uma ferramenta útil na troca de saberes entre as pessoas.

Seu principal objetivo é a gestão do conhecimento eficaz e o desenvolvimento contínuo dos colaboradores. Isso, consequentemente, se reflete em inúmeras vantagens para a equipe e para toda a organização.

Vantagens de uma gestão do conhecimento eficaz

Uma equipe de capacitação e T&D atuante e eficaz na gestão do conhecimento oferece inúmeros benefícios para as empresas, entre eles:

Redução dos custos com treinamento

O setor de T&D de uma organização é responsável pelo processo de observação e elaboração de planos de treinamento. Para tanto, a equipe deve realizar o mapeamento periódico das necessidades de treinamento em toda a empresa, analisando as principais lacunas de habilidades entre os funcionários e, por fim, oferecendo sugestões de cursos e materiais para o programa de capacitação corporativa.

Quando isso é feito de forma eficaz, os treinamentos oferecidos refletem as necessidades reais do corpo de funcionários e gestores. Assim, eliminam-se os cursos indesejados, que não vão agregar para o conhecimento da equipe e tampouco trazer resultados favoráveis para a empresa. Tudo isso representa uma redução dos custos do aprendizado e a melhor alocação do orçamento das organizações.

Aumento da motivação e produtividade dos colaboradores

A oferta de acesso e o incentivo a aquisição de novos conhecimentos são um dos principais fatores que contribuem para o aumento da motivação e da produtividade dos colaboradores. O funcionário, na medida em que percebe que sua organização investe em seu desenvolvimento profissional, acaba se sentindo mais motivado no ambiente de trabalho.

Isso, por sua vez, também vai se refletir na melhoria do clima organizacional e se propagar em todos os processos da empresa, aumentando a eficiência dos colaboradores, facilitando a socialização dos saberes entre as pessoas, reduzindo os conflitos e culminando na maior produtividade.

Maior retenção de funcionários

Uma consequência lógica do aumento da motivação e da satisfação das pessoas é o aumento do senso de pertencimento. Um funcionário que se sente valorizado pela empresa e está satisfeito com seu trabalho terá muito menos motivos para buscar oportunidades em outras organizações, aumentando a taxa de retenção de funcionários.

Isso é extremamente positivo já que a alta rotatividade de pessoas é um dos grandes entraves para o crescimento organizacional. Um funcionário que conhece a empresa, as etapas produtivas na prática e domina os processos terá muito mais chances de contribuir efetivamente para os melhores resultados do negócio.

Melhores resultados e mais inovação

Uma organização que aplica a espiral do conhecimento de Nonaka e Takeuchi tende a apresentar melhores resultados nos negócios e estar mais preparada para adaptação frente às inovações tecnológicas do mercado. Colaboradores acostumados e incentivados ao compartilhamento dos seus conhecimentos e habilidades tendem a desenvolver mais soluções inovadoras e estão sempre em busca da melhoria contínua dos processos.

Além disso, essas empresas costumam ter equipes de gestão mais qualificadas e, portanto, capazes de tomar decisões melhores e mais informadas. Quando o acesso ao conhecimento é estimulado e a formação e desenvolvimento profissional é oferecida aos colaboradores, isso se reverte em uma vantagem competitiva frente à concorrência.

Clientes mais satisfeitos

Uma equipe bem treinada e que domina os processos e produtos será capaz de oferecer um serviço muito melhor para os clientes, firmando mais negócios e garantindo uma relação duradoura e leal com seu público.

Apenas como exemplo, imagine duas empresas concorrentes que prestem serviços de consultoria no mercado financeiro. Na primeira, os analistas sentem-se motivados, valorizados e estão sempre sendo treinados no que há de mais moderno no mercado e sobre os produtos do portfólio da empresa. Já na segunda, as equipes estão sempre sofrendo com a rotatividade e a maioria dos funcionários não conhece a fundo a cartela de produtos.

Fica claro perceber que ao ser abordado por ambas as empresas, a concretização da venda é muito mais provável quando feita pelo funcionário da primeira empresa, certo?

Como funciona a gestão do conhecimento corporativo?

Uma organização que reconhece a importância da gestão do conhecimento geralmente tem um setor de capacitação dedicado a isso. Os profissionais de T&D, como também são chamados, se dedicam a analisar as necessidades de treinamento dos funcionários e elaboram programas com o objetivo de sanar essas lacunas e desenvolver os seus talentos.

Esse processo pode ser facilitado com a adoção de ferramentas de gestão da aprendizagem e criação de um plano de capacitação contendo as soluções de compartilhamento e conversão do conhecimento. Atualmente, existem inúmeras formas de fortalecer a base de conhecimento corporativo, seja por meio de cursos, treinamentos, mentorias, workshops e elaboração de conteúdo de aprendizagem.

O e-learning e a gestão do conhecimento nas organizações

A introdução da tecnologia na educação facilitou muito a gestão do conhecimento nas organizações. Hoje, existem ferramentas como os LMSs, sistemas de gestão da aprendizagem, que automatizam e acompanham todo o processo de capacitação. Além disso, oferecem relatórios detalhados sobre a participação e o desempenho dos alunos.

As plataformas de e-learning oferecem experiências de estudo inovadoras, com recursos como:

Espiral do conhecimento: etapas da gestão do conhecimento

Como falamos, a teoria de Nonaka e Takeuchi busca descrever a criação, ampliação e conversão do conhecimento no âmbito corporativo. Vamos abordar cada etapa da espiral do conhecimento com exemplos que vão facilitar a compreensão.

1ª Etapa: Socialização (conhecimento tácito para outro conhecimento tácito)

O primeiro modo de conversão foi chamado de socialização pelos teóricos. Trata-se do processo de conversão do conhecimento tácito em outro conhecimento tácito de outro indivíduo por meio do compartilhamento de experiências. Aqui, o grande segredo é a vivência e a troca de saberes por meio da experiência de socialização entre duas ou mais pessoas.

Pode-se citar como exemplo as conversas e discussões entre as equipes e o aprendizado por imitação (job shadowing). Perceba que em todos esses casos, cada pessoa tem seu próprio know how, que estará sendo compartilhado na prática com os demais. Nessa relação próxima, todos os colegas vão adquirir novos conhecimentos tácitos pelos insights e conteúdo aprendido nessa experiência.

2ª Etapa: Externalização (conhecimento tácito para conhecimento explícito)

A conversão do conhecimento tácito em explícito foi chamada de externalização. Ela consiste na consolidação de um conteúdo em um documento concreto que pode ser consumido por outra pessoa como fonte de estudo.

Como exemplo, é possível citar um vendedor que decide sistematizar suas técnicas de vendas em um livro. Cada conceito e experiência que antes só existia na esfera de conhecimento deste vendedor, agora estará disponível de forma explícita para servir de modelo para outros profissionais que estão iniciando sua carreira.

3ª Etapa: Combinação (conhecimento explícito para outro conhecimento explícito)

A conversão de um conhecimento explícito em outro tipo de conhecimento explícito é chamada de combinação. Este processo consiste na sistematização de diferentes conjuntos de informação que já estão documentadas e sua combinação sob uma nova forma concreta.

Para facilitar, podemos citar como exemplo uma empresa que pretende reunir diversos dados sobre os clientes e consolidar tudo em um grande banco de dados geral. Veja que os vendedores já possuem as informações que precisam (dados pessoais e informações de contato). Já o time de suporte ao cliente precisa apenas dos produtos adquiridos, período de garantia etc. Esses dois conjuntos de informações podem ser armazenados isoladamente ou podem ser combinados em um grande relatório.

4ª Etapa: Internalização (conhecimento explícito para conhecimento tácito)

O último modo de conversão que integra a espiral do conhecimento é a internalização. Nela, o conhecimento explícito incorpora um determinado conteúdo em seu know how. A internalização, como o próprio nome sugere, é uma ferramenta em que a pessoa assimila informações obtidas em manuais, palestras e workshops para o seu conjunto interno de insights e experiências.

Imagine um colaborador que esteja se capacitando de diversas formas sobre tópicos variados, mas que são correlatos ao seu trabalho. Ele realiza um curso sobre um tema, lê um texto de um autor renomado e participa de uma conferência sobre o assunto. Em cada situação, esse indivíduo terá acesso a um conhecimento explícito diferente e, a sua combinação, somada às suas experiências pessoais, se consolidará em um conhecimento tácito por meio da internalização.

A espiral do conhecimento na prática corporativa

Existem inúmeras práticas adotadas pelas empresas que consistem na aplicação da espiral do conhecimento, ainda que de forma inconsciente.

Para citar um exemplo comum, podemos destacar um estagiário que acompanha um profissional mais experiente e observa suas atividades. Nesse caso, há um processo de socialização com o compartilhamento de conhecimentos tácitos. No entanto, esse mesmo estagiário, ao escrever as informações observadas pode elaborar manuais para outros colegas sobre as atividades que acompanhou, transformando esse conhecimento tácito em explícito.

Da mesma forma, existem inúmeros outros exemplos de espiral do conhecimento que podem ser empregados no contexto do desenvolvimento de competências corporativas. Entre as principais práticas estão:

  • Discussões e reuniões de brainstorm para trocas de experiência;
  • Registro das ideias em blogs, diários e fóruns de discussão dentro da organização;
  • Documentação de modelos e processos corporativos em manuais sistematizados;
  • Criação de banco de dados com todos os tipos de informações;
  • Participação de cursos, treinamentos e mentorias.

Uma das formas mais simples de implementação da gestão do conhecimento e da espiral do conhecimento é utilizando um LMS como o iSpring Learn. Por ser uma ferramenta de gestão da aprendizagem, ela oferece um conjunto de recursos que favorecem a criação e a ampliação de conhecimento, seja ele tácito ou explícito.

Além de acelerar a produção de treinamentos, o iSpring Learn ainda oferece relatórios detalhados sobre os alunos, sendo possível criar experiências de aprendizagem para cada um dos modos de conversão de saberes da espiral do conhecimento.

Conclusão

Dessa forma, fica claro que o modelo da espiral do conhecimento é uma maneira de criar, ampliar, circular e reter o capital intelectual dentro de uma organização e a sua aplicação traz inúmeros benefícios para os resultados corporativos e para os colaboradores.

Se você ainda está em dúvida sobre como utilizar os modos de conversão de conhecimento, experimente criar sua própria espiral do conhecimento usando os recursos do iSpring Learn. Você pode fazer uma avaliação gratuita da plataforma durante 30 dias e começar a criar cursos para converter o conhecimento tácito em explícito (e vice e versa) ou elaborar simulações de diálogo para os alunos desenvolverem um conhecimento tácito a partir da experiência prática em um ambiente seguro.

Aproveite todo o conhecimento que já existe na sua organização criando uma espiral do conhecimento eficaz e que vai motivar ainda mais os seus colaboradores.

Perguntas Frequentes sobre a espiral do conhecimento

1) Quais os principais pontos sobre a teoria da espiral do conhecimento?

A teoria formulada pelos acadêmicos japoneses Nonaka e Takeuchi é um modelo sobre a gestão do conhecimento nas organizações. A partir da distinção entre conhecimento tácito e explícito, ela oferece mecanismos para compreender como se adquire uma informação e sugere modos de conversão do conhecimento tácito em explícito e vice-versa.

2) Quais são os 4 tipos distintos de conversão da espiral do conhecimento?

O processo de conversão da espiral do conhecimento apresenta quatro etapas distintas. São elas: socialização (conversão do conhecimento tácito para tácito), externalização (conversão do conhecimento tácito em explícito), combinação (conversão do conhecimento explícito para explícito) e internalização (conversão do conhecimento explícito em tácito).

3) Qual é a sequência do espiral do conhecimento?

A espiral do conhecimento é um processo cíclico e dinâmico, com quatro modos de conversão do conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização.

Nas empresas, esse ciclo se inicia com a troca de conhecimento tácito por meio da interação entre os indivíduos. Em seguida, este conhecimento é articulado e a informação é formalizada em um conhecimento explícito, que depois será sistematizado e convertido em novos conhecimentos explícitos. Por fim, ele será aplicado na prática na rotina corporativa e assimilado como um conhecimento tácito novamente.

4) Qual fator impulsiona a espiral do conhecimento organizacional?

O principal fator que impulsiona a espiral do conhecimento é a interação e o ciclo dinâmico entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. As etapas da espiral incentivam as trocas de informações e a aquisição de novos saberes, estimulando a inovação das ideias, a interação entre pessoas e o desenvolvimento contínuo.

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